OS MEIOS ELETRÔNICOS E A ESSẼNCIA DA COMUNICAÇÃO
A
internet e os novos dispositivos eletrônicos de leitura não vão
mudar a essência da literatura. A avaliação é da presidente da
Academia Brasileira de Letras (ABL), Ana Maria Machado. Ela
participou nesta sexta-feira da Festa Literária Internacional das
Unidades de Polícia Pacificadora (Flupp), que será realizada até
domingo na comunidade do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. Ana
Maria conversou com um grupo de crianças e adolescentes de escolas
públicas do Rio e respondeu a perguntas da plateia.
"A
tecnologia não vai modificar a literatura. Pode mudar o mercado de
livros. Mas a literatura é a mesma desde que existe a linguagem.
Muito antes de existir a escrita, já existia Homero, com a Odisseia
e com a Ilíada. A literatura já foi escrita em papiro, em
pergaminho, em rolo, em tablita tabletes de argila. O que muda é o
suporte dela, se é uma tela de computador ou se é um livro, isso é
secundário."
Autora
de 140 livros, com cerca de 19 milhões de exemplares vendidos,
traduzidos para diversas línguas, a presidenta da ABL disse que
ainda não disponibilizou nenhuma obra em formato eletrônico.
"Enquanto não se descobrir como remunerar o direito autoral,
fica só a pirataria".
Sobre
a presença da ABL na Flupp, realizada em uma área onde antes da
pacificação das UPPs aparecia quase diariamente na imprensa por
causa de tiroteios envolvendo o tráfico de drogas, Ana Maria disse
que a academia tem uma ligação histórica com as favelas.
"A
gente tem que lembrar que o fundador da academia, Machado de Assis,
nasceu no Morro da Providência, a primeira favela do Brasil. Nossa
presença aqui é uma volta ao lugar de onde nunca deveríamos ter
saído. Não devíamos ser uma cidade partida. Devemos todos estar
juntos, na grande síntese cultural brasileira."
Uma
das perguntas feitas pelos estudantes à autora foi sobre qual era o
prazer de sua profissão. "O prazer de ser escritora é poder
tocar o outro. Poder chegar à mente, ao coração de outras
pessoas. Falar em nome dos outros. Fazer com que o outro se
reencontre na gente e que cada um se conheça mais pelo o que a
gente escreveu."
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Nota: artigo copiado da internet, sem indicação de autoria, inclusive a imágem que o ilustra.
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